Própolis de abelha como uma nova modalidade para o tratamento da gripe H1N1

Artigo retirado de: Link

Jornal da Ciência Americana 2013;9(12)

Ali Farid M. Ali¹, Ermelando V. Cosmi², Sanaa M. Ali³ e Laila Farid⁴ ¹Centro de Pesquisa Heliopolis, Cairo, Egito ²La Sapienza, Roma, Itália ³Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Kafr Elshiekh, Egito ⁴Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Ain Shams, Cairo, Egito
Resumo: A gripe é uma infecção respiratória com morbidade e mortalidade significativas. Medicamentos que inibem o processo de desnudamento do crescimento do vírus da gripe estão disponíveis para o tratamento do vírus, havendo uma preocupação comum com o desenvolvimento de cepas de vírus resistentes a medicamentos, daí a necessidade de um novo medicamento. Própolis é um produto natural coletado pelas abelhas de fontes vegetais, utilizado para selar buracos e reparar várias estruturas na colmeia. As atividades biológicas do própolis incluem propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiprotzoárias, antitumorais e outras propriedades terapêuticas. O objetivo deste trabalho é introduzir o própolis de abelha pela primeira vez na literatura para o tratamento do vírus H1N1, comparando-o com o oseltamivir em relação aos seus efeitos terapêuticos e adversos. Cem camundongos (50 receberam oseltamivir, 75mg, e 50 receberam própolis de abelha, 0,5g) foram submetidos a ensaios de placa, crescimento viral após a remoção do composto (própolis de abelha – oseltamivir) e estimativa do comprimento dos telômeros. A formação de placas do vírus da gripe A/PR/8/34 foi completamente inibida por 15mg/ml de própolis de abelha após 12h de incubação, enquanto a formação visível de placas foi detectada na placa tratada com oseltamivir. Em camundongos infectados com uma alta dose de desafio do vírus da gripe A/PR/8/34, a administração oral de 500 e 1g/kg/dia preveniu completamente a morte dos camundongos, e a taxa de sobrevivência dos camundongos foi significativamente maior do que naqueles tratados com oseltamivir (P<0,01), os pesos dos camundongos aumentaram com o própolis de abelha, efeito não observado com o oseltamivir. (P<0,01), a relação custo-benefício do própolis de abelha é menor do que a do oseltamivir. Há uma diminuição estatisticamente significativa no comprimento dos telômeros com o oseltamivir (P<0,01). Conclusão: Própolis de abelha é uma nova modalidade de tratamento da infecção pelo vírus da gripe humana H1N1, com resultados mais positivos do que o oseltamivir.
[Ali Farid M. Ali, Ermelando V. Cosmi, Sanaa M. Ali e Laila Farid. Própolis de abelha como uma nova modalidade para o tratamento da gripe H1N1. J Am Sci 2013;9(34):261-264]. (ISSN: 1545-1003). http://www.jofamericanscience.org. 34
Palavras-chave: vírus da gripe H1N1, oseltamivir, própolis de abelha, atividade antiviral
⦁ Introdução A gripe é uma infecção respiratória com morbidade e mortalidade significativas (7). O oseltamivir (2) tem sido disponível para o tratamento do vírus, havendo uma preocupação comum com o desenvolvimento de cepas de vírus resistentes a medicamentos, daí a necessidade de um novo medicamento.
Durante qualquer estação de gripe, pode ocorrer uma deriva antigênica no vírus após a formulação da vacina do ano, tornando a vacina menos protetora, e surtos podem ocorrer mais facilmente entre populações de alto risco. É provável que a vacina não esteja disponível para a primeira onda de disseminação do vírus. Portanto, agentes antivirais são obrigatórios.
O própolis é um produto natural coletado pelas abelhas de fontes vegetais, utilizado para selar buracos e reparar várias estruturas na colmeia. As atividades biológicas do própolis incluem propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiprotzoárias, antivirais (3,4), antitumorais, imunomoduladoras e anti-inflamatórias. O éster fenetílico do ácido cafeico (CAPE) extraído do própolis de abelha é um ingrediente biologicamente ativo do própolis com várias propriedades biológicas interessantes. Além das suas bem conhecidas propriedades antioxidantes, CAPE inibe certas atividades enzimáticas, como lipoxigenases, ciclooxigenase, glutationa S-transferase e xantina oxidase. O éster fenetílico do ácido cafeico também foi relatado como tendo atividade antitumoral, propriedades anti-inflamatórias, funções indutoras de apoptose, efeitos inibitórios na replicação do HIV (6) e atividade antimetastática.
Isolamos pela primeira vez na literatura 10 compostos que tiveram efeito antiviral para o H1N1. Esta atividade antiviral deve-se à prevenção da ligação dos vírions às células-alvo, inibindo a convertase de proproteínas e marcando células infectadas para destruição pelo complemento ou células T, bloqueando o canal iônico M2, prevenindo a desnaturação do vírion e a liberação de segmentos do genoma no citoplasma, reduzindo os níveis intracelulares de GTP através da inibição da desidrogenase de monofosfato de inosina e interferindo com a transcrição e replicação do genoma. Ele inibe a RNA polimerase dependente de RNA, bloqueia a tradução do mRNA, apresenta uma meia-vida marcadamente longa de ligação ao sítio ativo da NA por um dia, enquanto com o oseltamivir é de 1,25 horas. Pode ser administrado na forma aerossolizada e tem efeito anabólico, sem efeito gastrointestinal. Outras vantagens além de seu efeito antiviral incluem propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiprotzoárias, antivirais, antitumorais, imunomoduladoras e anti-inflamatórias. Portanto, conduzimos um estudo de acordo com as diretrizes internacionais para o uso de animais de laboratório em experimentação, visando introduzir o própolis de abelha pela primeira vez na literatura para o tratamento do vírus da gripe H1N1 e comparar entre própolis de abelha e oseltamivir em relação aos seus efeitos terapêuticos e adversos.
Não foi observado aumento no rendimento viral nem no sobrenadante da cultura nem nas células após a remoção do própolis de abelha (15 μg/ml), mas, em contraste, a produção de infecção reapareceu no sobrenadante da cultura e nas células após a remoção do oseltamivir. Em camundongos infectados com uma alta dose de desafio do vírus da gripe A/PR/8/34, a administração oral de 1g/kg/dia preveniu completamente a morte dos camundongos, e a taxa de sobrevivência foi significativamente maior do que naqueles tratados com oseltamivir (P<0,01). O peso dos camundongos aumentou com o própolis de abelha, efeito não observado com o oseltamivir (P<0,01). A relação custo-benefício do própolis de abelha é menor do que a do oseltamivir. Houve uma diminuição estatisticamente significativa no comprimento dos telômeros com o oseltamivir (P<0,01). Telômeros curtos são mais vulneráveis a danos oxidativos. No modelo de profilaxia, a eficácia foi demonstrada mais no própolis de abelha do que no oseltamivir (P<0,01) em todos os parâmetros da doença estudados neste experimento, incluindo prevenção da morte, aumento no MDD, redução na perda de peso corporal, inibição da consolidação pulmonar e redução do título do vírus recuperado do pulmão. No modelo terapêutico, o oseltamivir é menos eficaz do que o própolis de abelha contra a letalidade quando o tratamento começou 24 horas após a infecção viral. Houve inibição estatisticamente significativa da adsorção viral nas células vermelhas com o própolis de abelha (P<0,01), sugerindo que o própolis de abelha era capaz de interferir diretamente na hemaglutinação viral para bloquear a ligação aos receptores celulares.
⦁ Materiais e métodos Os componentes deste estudo incluem própolis de abelha e oseltamivir, células, vírus, ensaio de placa (8,9), determinação da LD50 do H1N1 em grupo de camundongos, ensaio de inibição de hemaglutinação, determinação do título viral no pulmão, determinação de toxicidade in vivo, avaliação dos efeitos antivirais em um modelo de profilaxia, avaliação dos efeitos antivirais em um modelo terapêutico, comprimento dos telômeros (10) medido por hibridização in situ por fluorescência (FISH) (Fig. 1).
⦁ Resultados e discussão Este estudo mostrou que a formação de placas do vírus da gripe A/PR/8/34 foi completamente inibida por 15 μg/ml de própolis de abelha após 72 horas de incubação, enquanto a formação visível de placas foi detectada na placa tratada com oseltamivir 15 μg/ml. A atividade antiviral do própolis de abelha não foi influenciada por um aumento na multiplicidade de infecção (MOI) de 0,0001 para 1, mas a do oseltamivir foi influenciada em um ensaio de redução de rendimento. Não foi observado aumento no rendimento viral nem no sobrenadante da cultura nem nas células após a remoção do própolis de abelha (15 μg/ml), mas, em contraste, a produção de infecção reapareceu no sobrenadante da cultura e nas células após a remoção do oseltamivir. Em camundongos infectados com uma alta dose de desafio do vírus da gripe A/PR/8/34, a administração oral de 1g/kg/dia preveniu completamente a morte dos camundongos, e a taxa de sobrevivência foi significativamente maior do que naqueles tratados com oseltamivir (P<0,01). O peso dos camundongos aumentou com o própolis de abelha, efeito não observado com o oseltamivir (P<0,01). A relação custo-benefício do própolis de abelha é menor do que a do oseltamivir. Houve uma diminuição estatisticamente significativa no comprimento dos telômeros com o oseltamivir (P<0,01). Telômeros curtos são mais vulneráveis a danos oxidativos. No modelo de profilaxia, a eficácia foi demonstrada mais no própolis de abelha do que no oseltamivir (P<0,01) em todos os parâmetros da doença estudados neste experimento, incluindo prevenção da morte, aumento no MDD, redução na perda de peso corporal, inibição da consolidação pulmonar e redução do título do vírus recuperado do pulmão. No modelo terapêutico, o oseltamivir é menos eficaz do que o própolis de abelha contra a letalidade quando o tratamento começou 24 horas após a infecção viral. Houve inibição estatisticamente significativa da adsorção viral nas células vermelhas com o própolis de abelha (P<0,01), sugerindo que o própolis de abelha era capaz de interferir diretamente na hemaglutinação viral para bloquear a ligação aos receptores celulares.

Figura 1.

Figura 2.

Figura 3.

⦁ Conclusão
O própolis de abelha é uma nova modalidade para o tratamento da infecção pelo vírus da gripe H1N1 em humanos, apresentando resultados mais positivos do que o oseltamivir. Ele possui várias ações além de sua atividade antiviral. Aproximadamente 10 compostos do própolis de abelha têm atividade antiviral e esses múltiplos mecanismos de ação não induzem resistência ao medicamento. Além disso, o própolis de abelha oferece muitos benefícios à saúde em comparação ao oseltamivir, e não afeta o comprimento dos telômeros.

Agradecimentos:
Agradecemos ao Dr. Zuhaer Hallaj, representante da OMS no Oriente Médio, pelo apoio, ao falecido Prof. Sayed Kamel pelo estudo da toxicidade do própolis de abelha e ao Dr. Abdel Shafy pela redação e envio do processo.

Autor correspondente:
Ali Farid Mohamed Ali, MD
Professor, Ex-chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade Ain Shams, Chefe do Centro de Pesquisa Heliopolis, 13 Elmontazh Street, Edifício Sednawy, Heliopolis, Cairo, Egito. [email protected]

11/12/2013

Referências:

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  2. John Beigel e Mick Bray. Terapia antiviral atual e futura da gripe sazonal severa e aviária. Antiviral Res. 2008 Abril; 78(1):91-102.
  3. Ali Farid. M. Ali. Própolis de abelha como um milagre apresentado no 4º congresso internacional da sociedade mediterrânea de reprodução, Roma, Itália, 10-13 de outubro de 2005.
  4. Santos F. A, E.M.A.F Bastos, A.B.R.A Maia, M. Uzeda, M.A.R Carvalho, L.M Farias, E.S.A Moreira. Própolis brasileiro: propriedades físico-químicas, origem vegetal e atividade antibacteriana em periodontopatógenos. Phytotherapy Res. 2003; 17:285-289.
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